sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Apresentação

Todas as pessoas que aprenderam a amar Clarice continuam tendo ânsia pela bendita complexidade dela. Nessa sede não fazem concessão alguma, querem mais. Querem sempre. No entanto, há quem ainda não tenha sido devidamente apresentado à obra e ao universo da autora, tão cheio de uma inquietação que não se cansa nunca de fustigar. Essas pessoas, sim, desde cedo, inspiraram a criação deste evento, que não pretende mais do que levar a maior escritora brasileira - desconsiderando-se aqui o lapso da geografia -, a se aproximar de quem pode amá-la ou amá-la ainda mais. Embora diante de uma obra que denuncia uma Clarice tão intrigante quanto estonteante na sua maneira de traduzir o mundo, talvez ainda haja como compreendê-la, talvez nunca. Preferimos acreditar no que disse Carlos Drummond de Andrade, atordoado com a morte dela: “Mais tarde, um dia ... saberemos amar Clarice”.
Dizer que já sabemos como amá-la poderia soar como pretensão ou tolice, dado que nada do muito já dito e escrito a seu respeito remete a esse nível de conhecimento. Muito pelo contrário. Depois de repetidos mergulhos na obra, emergimos da essência de Clarice com a impressão de que nem chegamos a saltar do trampolim. O desafio, aqui, é (re)visitá-la com a responsabilidade de buscar um entendimento maior da riqueza com que ela nos presenteou desde sempre.
Durante a semana Para amar Clarice, pretendemos fazer uso de linguagens capazes de traduzir a dimensão da obra e da autora, como seminário com alguns dos maiores estudiosos; leituras em bibliotecas públicas; concurso de vídeos ou mídia alternativa; espetáculo teatral; exibição de filmes.
Desde cedo engajada nas atividades que assinalam os 30 anos da morte de Clarice Lispector, o coletivo Nave da Cultura, realiza a semana Para Amar Clarice desejando estreitar ainda mais os laços da cidade com a autora, que já não são poucos, como ela sempre fez questão de deixar claro. Os anos vividos no Recife serviram para ajudar a forjar em Clarice o talento com que, durante uma vida inteira, nos inquietou, aliviou e transformou.

2 comentários:

Anônimo disse...

sou todo meu apoio, e como a propria mesma dizia, Clarice não é pra ser entendida, e sim sentida, ou toca ou não toca!


****vcs tem algum profile no orkut, pra divulgar esse maravilhoso trabalho, se tiverem por favor me avisem, obrigada e parabens a todos

----vou participar com os videos, apesar de ser totalmente amadora, é muito gratificante poder homenagear tal escritora, maravilhosa e esplêndida, sou apaixonada por ela.

Bel disse...

Pessoas,
Parabéns pela iniciativa!
Que, com esse projeto, possamos divulgar -ainda mais- um "pouco' das obras e da vida da nossa querida Clarice. E, mais do que isso: que consigamos, mergulhados no 'universo dela', descobrir um pouco mais de nós mesmos e dos 'mistérios" dessa vida tão insana e maravilhosa!